Bioenergia é a energia gerada a partir de fontes orgânicas renováveis, como resíduos agrícolas, vegetais e biomassas. No Brasil, a bioenergia é fortemente representada pelo setor sucroenergético, com a cana-de-açúcar como protagonista desse cenário. Além da produção de açúcar, a cana é responsável por abastecer o país com etanol e eletricidade renovável, através da cogeração a partir do bagaço e da palha.
O etanol de cana-de-açúcar, em especial, é um dos maiores símbolos da bioenergia brasileira.
Seu processo produtivo une eficiência energética e sustentabilidade, reduzindo significativamente as emissões de carbono e posicionando o Brasil como referência mundial em combustíveis renováveis.
Enquanto a cana domina o cenário nacional, o etanol de milho avança como alternativa estratégica, especialmente em regiões sem tradição canavieira. Apesar de ainda representar uma parcela menor da produção total, o etanol de milho contribui para a expansão da bioenergia no Brasil, aproveitando excedentes da agricultura e ampliando a oferta de biocombustíveis com baixo impacto ambiental.
“De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total de etanol no Brasil na safra 2024/25 está projetada em 36,1 bilhões de litros, representando um crescimento de 1,3% em comparação à safra anterior. Consolidando o país como um dos maiores produtores globais de biocombustíveis.” (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB, 2024)
Essa expansão da bioenergia, impulsionada principalmente pela cana-de-açúcar e complementada pelo milho, reforça o papel estratégico do Brasil na transição energética global. E não se trata apenas de volume de produção: trata-se de como cada etapa é conduzida para extrair o máximo potencial energético da biomassa, com o mínimo de perdas e máxima eficiência.
Nesse contexto, investir na melhoria contínua dos processos industriais — como a fermentação, a destilação e o tratamento dos resíduos — é essencial para transformar a matéria-prima em energia renovável de alta performance. No contexto da produção de etanol, por exemplo, melhorias no processo fermentativo podem elevar a eficiência de conversão de açúcares em etanol, resultando em maior produção de energia por unidade de matéria-prima.
Além disso, o uso de cepas de leveduras geneticamente aprimoradas e condições de fermentação controladas pode reduzir subprodutos indesejados, melhorando assim o rendimento global do processo.
Essas estratégias não apenas aumentam a quantidade de energia produzida, mas também tornam o processo mais sustentável e economicamente viável. Para isso, a atualização técnica, a integração operacional e o controle rigoroso de qualidade são peças-chave para garantir que cada tonelada de cana, cada grão de milho e cada litro de etanol entreguem resultados à altura do potencial brasileiro em bioenergia.